As causas apontadas para o fenômeno se relacionam direta ou indiretamente à busca da produtividade industrial para fazer face à crise econômica europeia e à concorrência chinesa, que, combinada com o incremento da automação no setor serviços, gerou a inflexão na curva da geração de empregos.
Em uma reportagem, a Folha de São Paulo, citando o Prof. José Pastore, esclarece que o fenômeno no Brasil é inverso: o crescimento econômico gerou uma demanda trabalho não-qualificado e o grau de desenvolvimento tecnológico da economia ainda é baixo.
Isto é fato. Mas a questão é: por quanto tempo a sorte e o atraso beneficiarão o mercado de trabalho no Brasil? O crescimento econômico vem decaindo e o estoque de empregos de baixa qualificação também. Hoje temos consciência que a tecnologia pode gerar reviravoltas surpreendentes. Por exemplo, é possível que as classes médias que sustentam o País deixem em breve de estarem dispostas a serem servidas por semianalfabetos mal-educados que operam empresas cuja missão e estratégia se caracterizam mais pela extorsão do que pela efetiva prestação de serviços. Já sabemos o que ocorre quando a incompetência setor público e a desfaçatez governamental atingem o ponto de intolerância. No lado do setor privado, as manifestações coletivas não cabem, mas o Procon não tem mãos a medir, e é bom lembrar que temos a internet, os serviços online e os xinglings da vida.
Professor , entre o mundo acadêmico as vezes chato e o mundo de um executivo que mais parece um equilibrista de pratos ou uma subalterno dos grandes interesses, continuo na busca incessante por mais leveza e alegria no dia da dia . O que descobri hoje é que depois que você está na metade da travessia do Canal da Mancha ou a meio caminho de escalada do Everest é que se você PARAR (inércia) , inexoravelmente morrerá. Pra frente ainda há uma metade a se percorrer e pra trás a mesma distância. Dentro do tema trabalho e racionalidade faço uma indagação : Se você educar está preparando a população para a evolução tecnológica que levará ao seu próprio fim ? Creio que não, mas é paradoxal, vide o artigo acima. Se o trabalho dignifica, ocupa ou remunera, quanto mais avançamos tecnologicamente menos postos de trabalho restarão? essa equação jamais fechará ? E quanto ao Brasil ?
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