É possível agir livremente em sendo empregado ou funcionário?
Não, diria Sêneca. A vinculação empregatícia é dada contra a liberdade pública e contra a liberdade individual.
A liberdade pública deixa de existir quando o poder é usado para coagir o que não está prescrito por lei. A liberdade privada deixa de existir quando o individuo permanece em condição de dependência.
A liberdade pública do trabalhador está permanentemente ameaçada na medida em que as leis não podem cobrir todos os deveres e todos os direitos do trabalho. A liberdade privada está permanentemente ameaçada pelos poderes discricionários dos dirigentes das organizações.
Qualquer regime em que o sustento esteja depositado na vontade do outro é escravidão ou servidão. Só o autogoverno, a autonomia (o dar-se a própria lei) e a autarquia (o dar-se a própria agenda) livram da submissão e da subserviência.
De modo que o trabalhador é, nos regimes de emprego, seja capitalista ou socialista, o que os romanos denominavam de obnoxius (ob-, para; + noxa, injúria), dicionarizado em português como obnóxio, o que vive a mercê dos outros.
Seneca (sd). The complete works of Seneca, the younger, Kindle – Delphi Classics, Moral Epistles, XLVII, 17
UTILIZE E CITE A FONTE.