De Oblómov, um mito literário russo, personagem do romance de Ivan Gontcharóv, publicado em 1859, que retrata o inativo preguiçoso e sonhador.
O livro foi exaltado por Tolstói e por Dostoiévski. Originou o termo oblomovismo (inglês oblomovism, francês, oblomovisme), uma maneira eslava de ser, de pensar, de imaginar, de esperar, de viver a passagem das estações.
Oblómov, um herdeiro de terras, deixa passar o tempo em um estado de resignação onírica. Ao longo dos dias, vai da cama para o sofá e volta. Jamais cogita em trabalhar. À questão de Hamlet, “ser ou não ser?”, responde com um enfático “não”.
Oblomov é explorado, traído, despojado de tudo que possuía. Perde inclusive a mulher amada e a saúde. Mas não age. Nunca reage. Letárgico, consome apenas o necessário para continuar vivo. Bondoso, aceita tranquilamente o destino. Ao cabo, tem uma morte, poética, como tinha sido a sua vida. Uma vida tranquila e feliz.
Por que não?
Gontcharóv Ivan (2014). Oblómov. Tradução e apresentação de Rubens Figueiredo. São Paulo. Cosac