Ética.
O legado para a filosofia moral de Jürgen Habermas (Dusseldorf, 1929) será o de haver trazido à luz a ideia de que o diálogo e os conhecimentos acumulados pelas ciências humanas são passíveis de fundamentar uma ética deontológica contextualizada.
Nas obras em que trata da questão ética, Habermas defende a tese de um agir orientado à intercompreensão. Considera uma racionalidade em que a norma moral válida seria fruto do consenso obtido segundo condições ideais de comunicação, tendo os participantes os mesmos direitos e mantendo relações de liberdade e de igualdade.
A proposta de Habermas é de que é possível alcançar acordos sobre valores morais. A ambição é a de se avizinhar de normas com validade universal. O pressuposto é o de as discutir racionalmente, i. e., sem restrições e sem distorções, emocionais ou ideológicas.
A crítica alega a impossibilidade operacional da proposta, o desmedido da ambição e o ilusório do pressuposto. Três reparos injustos. O encargo da filosofia é o de estender pontes. Cabe a nós franquear ou retroceder.
UTILIZE E CITE A FONTE.
Habermas, Jürgen. (1999) Acerca do uso pragmático, ético e moral da razão prática, in: Comentários à ética do discurso. Lisboa: Instituto Piaget. Habermas, Jürgen. (2003) Consciência moral e agir comunicativo. Tradução de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro. Tempo Brasileiro. Habermas, Jürgen. (2013) A Ética da discussão e a questão da verdade. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo. Martins Fontes.