Trabalho.
Como pássaros engaiolados, os trabalhadores nas corporações precisam movimentar-se continuamente para manter operante o metabolismo.
O juízo de Walter Benjamin sobre a modernidade: “experiência da pobreza, pobreza da experiência”, descreve à perfeição a vida profissional contemporânea. A agitação frenética, a avidez por novidades, o fluxo estonteante de acontecimentos, eludem a possibilidade de conversão das experiências em vivências.
A fadiga decorrente da superatividade incapacita para a reflexão. É fonte e resultado da anulação de si. Pressionados à vida rasa, os trabalhadores se habituam à fagocitose dos modismos.
Servos da nevrose do momento, desprezam o passado, mesmo o passado recente. A ânsia pela novidade faz com que suas vidas se dissipem antes de serem pensadas. Ao cabo dos dias e dos anos, restam apáticos, devorados pela máquina do mundo, canibalizados pelos sucessores.
UTILIZE E CITE A FONTE.
Benjamin, Walter (2013). Paris, capitale du XIXe siècle. Kindle Amazon. StareBooks Éditions. Loc. 308 Cf. Matos, Olgária (2013). Dialética na imobilidade da “mens momentânea”; in Adauto Novaes (org.). Mutações: o futuro não é mais o que era. São Paulo. Edições SESC SP.