Epistemologia.
A heurística tem um de seus próceres no filósofo jônico Xenófanes de Cólofon (ca. 570 a.C. — 475 a.C.).
Rapsodo, Xenófanes escreveu somente em versos, o que lhe permitiu desenvolver um tipo de reflexão comparativa e conciliadora. Sua na doutrina é a da unidade em todo subsistente. Observador dos elementos, foi o primeiro a identificar os fósseis longe da costa, concluindo sobre a lenta dinâmica da Natureza. Observador da Humanidade, combateu o antropomorfismo, descobriu que a Terra é um globo e inventou o monoteísmo teórico.
Confrontando as reflexões de Empédocles, que havia sustentado que a Terra era plana, de Demócrito, que dissera que vivemos no oco do mundo, de Leucipo, que pensou a Terra como um tambor, de Heráclito, que havia dito que a Terra tinha forma de uma taça e de Anaximandro, que garantira que era infinita para baixo, Xenófanes deduziu que a Terra teria que ser globular, a única forma que compreende todas as demais.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, Xenófanes estudou a relação que existe entre as imagens que diversas sociedades criam dos seus deuses. Verificou que eram similares às próprias características físicas. Em lugar de simplesmente registrar o fato, alcançou a conclusão de que existe um só Deus, único e eterno, e que este Deus, que reúne as características de todos os povos, tem uma forma esférica e, talvez, espelhada.
UTILIZE E CITE A FONTE.
Gerd A. Bornheim (1967), Xenófanes de Cólofon. In, Os filósofos pré-socráticos. São Paulo. Cultrix. Kirk, G.S., Raven, J.E. and Schofield, M. (1983) The Pre-Socratic Philosophers. Cambridge. Cambridge University Press [ chapter 5 pag. 163-80])