John Kenneth Galbraith, economista de Harvard, demonstrou que o incentivo à produtividade subsidia uma relação econômica perversa.
Atraídos pelos fetiches do consumo desnecessário, do lazer organizado e do luxo decadente, os trabalhadores operam em favor do seu próprio descarte, substituindo-se pelas técnicas e pelas tecnologias que ajudam a criar e a aperfeiçoar.
Galbraith causou grande embaraço. Não só pelas demonstrações brilhantes da inutilidade do excedente e da crueldade tecnológica que desumaniza o trabalho, mas pela irracionalidade do esforço sem sentido, do esforço que gera uma riqueza que o trabalhador não poderá consumir.
A constatação de Galbraith data de 60 anos. Não perdeu validade. No capitalismo avançado, a ignorância, a cobiça e a irreflexão seguem fazendo dos trabalhadores algozes econômicos de si mesmos.
UTILIZE E CITE A FONTE.
Galbraith, John Kenneth (1967). The Affluent Society (1958). London. Pelican-Penguin.
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Publicado por Hermano Roberto Thiry-Cherques
Pós-Doutor pela Médiation Culturelle, Université de Paris. Doutor em Ciência da Engenharia, COPPE – UFRJ. Mestre em Filosofia, IFCS – UFRJ. Bacharel em Administração, EBAP/FGV. Estudos complementares no Brasil e na Alemanha – Deutsche Stiftung für internationale Entwicklung.
Professor Titular – Fundação Getulio Vargas
Senior Researcher – University of Maryland, College Park. Professor Visitante – Université Paris III, Sorbonne Nouvelle
Professor Visitante ESCP-EAP – European School of Management
Professor Visitante – Université de Lilly
Consultor de agências internacionais (Nações Unidas, OEA, UNESCO, OMS, BID), empresas e organizações governamentais, no Brasil e no exterior (Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Equador, Estados Unidos, Guiné-Bissau, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal e Venezuela).
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