Ética.
No mundo integrado das grandes empresas, o arco de tensões entre o monitoramento externo (o que “eles” fariam?) e a proximidade interna (o que “nós” faríamos?) confunde as escolhas morais.

Como em toda e cada cultura, o meio corporativo apresenta dissonâncias e contradições nas escalas e hierarquias de valores. Estas escalas e hierarquias são recebidas acriticamente. Há, mesmo, sociedades e comunidades que sequer conhecem a autotematização.
Além de permeáveis a influências externas, as culturas são internamente contraditórias. O meio que desovou Hitler também gerou Freud, Wittgenstein, Mahler, Rilke, Kafka e o Jugendstil. A mesma melodia de Beethoven serviu para inspirar a solidariedade nazista, as promessas comunistas e as banalidades do hino da ONU.
Costumamos pensar que todas as organizações são como a nossa, que todas as comunidades são como a nossa, que todas as sociedades são como a nossa. Costumamos pensar que os outros têm os mesmos valores morais que os nossos. Logo aprendemos que não é assim. Que, para “eles”, nós somos o “Outro”, e que a dissidência moral é a constante a ser assimilada.
UTILIZE E CITE A FONTE.
Plessner, Helmuth (2014). Plessner’s Philosophical Anthropology. Edited by Jos de Mul. Amsterdam. Amsterdam University Press B.V. Steiner, George (2012). La poesía del pensamiento. Trad. De Maria Condor; Madrid; Ediciones Siruela [Kindle edition]