Ética.
Uma listagem dos tipos de corrupção, proposta pelo psicólogo Luiz Alberto Hanns, demonstra o quanto são lacunares, inacabados e falhos os projetos moralizantes.

Existiriam três instâncias de corrupção:
- a corrupção sistêmica, a mais visível, que compreende a difamação, a propina, a extorsão, … e cujo antídoto está em eliminar a impunidade;
- a corrupção endêmica, que é aquela de pequena escala, que infecta toda a sociedade e que inclui o preconceito, os desvios de conduta, a conformidade com os deslizes morais…., que deve ser reparada mediante a mobilização educativa;
- mas a pedra de toque do raciocínio de Hans é o que denomina de corrupção sindrômica (uma síndrome é um conjunto de sinais diferentes e sem causa específica).
A corrupção sindrômica é a que soma aos elementos sistêmicos e endêmicos o absurdo institucionalizado, como o da buropatologia, das leis contraditórias, das normas impossíveis de serem cumpridas, da má gestão, das licitações que favorecem o sobre-preço,… A corrupção sindrômica deve ser combatida mediante reformas institucionais.
A luta pela moralidade, indica Hanns, ou bem se funda na ação articulada contra a impunidade, em favor da mobilização cultural e pela reabilitação do instituído, ou está destinada a fracassar.