Epistemologia – Heurística.

O descobrir corresponde à revelação do desconhecido. O inventar corresponde à geração do novo. Descobre-se a América. Inventa-se o avião.
Kant foi o primeiro filósofo a romper com a rotina de unir a imagem e a imaginação. Ambas são representações de objetos ausentes, mas a imagem tem, para ele, uma “função reprodutiva”, a de descobrir. Já a imaginação é uma capacidade de combinar significados díspares e gerar o inédito, tem uma função produtiva, a de inventar.
Mas nem Kant conseguiu explicar como, exatamente, a imaginação gera algo que não existia.
Quem chegou mais próximo de deslindar o arcano foi Koestler. A ideia nova despertaria na consciência no instante em que uma mistura de elementos, oriundos de duas matrizes independentes e viajando em sentidos distintos, casualmente se encontram. O significado seria dado por meio da “bissociação”, isto é, da analogia, da comparação, da metáfora, da categorização e da abstração.
Um esquema engenhoso, mas meramente especulativo. Para a ciência, o “ponto de gênese” (Klee), “o momento eureca!” ou como quer se denomine a geração do novo, é um enigma que perdura.
UTILIZE E CITE A FONTE.
Koestler, Arthur (1964) The act of creation. London. Hutchinson & Co. Matherne, Samantha (s/d). Kant’s Theory of the Imagination, Routledge Handbook of the Imagination. https://www.academia.edu/11319761/Kants_Theory_of_the_Imagination. Paul Klee (2002) The Nature of Creation, Works, 1914-1940. London. Lund Humphries Pub Ltd