Epistemologia
James Webb Young (EUA, 1886-1973), publicitário, concebeu uma estratégia de promoção da inventividade baseada em relações disparatadas.
A premissa maior do argumento é a da consciência como máquina que forma padrões em uma permanente campanha de impor ordem ao caos. A menor, é a de que processos controlados de ruptura da ordem favorecem a inovação.
A produção de ideias compreenderia cinco itens: i) coleta de material bruto, ii) busca de associações infrequentes; iii) uso da intuição; iv) espera pelo advento da ideia; v) submissão à crítica.
As recomendações são da que a matéria prima arrecadada inclua todos os campos imagináveis e que compreenda uma dieta informacional de anotação de dados curiosos e excêntricos. A digestão desse material deve obedecer à dinâmica do caleidoscópio, que girado, mostra figuras geométricas sempre díspares. A identificação das combinações deve ser a mais intuitiva, não se fixando em um sentido ou em um objetivo antecipado. Caso o processo estanque, deve-se deixá-lo repousar, não retornando ao tema sem que se tenha feito outra atividade. Uma vez encontrada uma ideia promissora, é preciso adaptá-la às necessidades e oportunidades do mundo real. O último passo, que Young denomina de “o dia seguinte”, consiste em entregar a ideia à crítica.
O cerne do argumento é o de que um conceito novo deriva sempre de uma forma não habitual de ligar fatos, ocorrências e ideias pré-existentes. A descoberta e a invenção dependeriam do exercício sistemático da capacidade combinatória e da faculdade de enxergar relações inusitadas.
A estratégia tem raiz vivencial, não científica. Mas a pergunta a ser feita é: ela funciona? Não são poucos os que informam que sim.