Maldoror, o personagem de Lautréamont, não sabe rir. Querendo ser como todo mundo, pega de um canivete e corta a comissura dos lábios.
É querendo ser como todo mundo que experimentamos as drogas, o tabaco e as bebidas destiladas; que suportamos as autoridades ilegítimas, as convenções sociais, as instituições sem sentido.
É querendo ser como todo mundo que acolhemos as mutilações do corpo – do furo na orelha às tatuagens -, e as mutilações do espírito – das ideias aceitas às condutas que ofendem nossa sensibilidade.
É querendo ser como todo mundo que suportamos os ritos intraorganizacionais. Que, para manter o emprego, fingimos nos preocupar com o que não nos afeta.
É querendo ser como todo mundo que produzimos inutilidades, que calamos sobre o engodo que tem unicamente a função de amealhar dinheiro e poder.
É por necessidade material ou incúria moral que rasgamos os cantos da boca em um riso conformista e covarde. Como todo mundo.
Pós-Doutor pela Médiation Culturelle, Université de Paris. Doutor em Ciência da Engenharia, COPPE – UFRJ. Mestre em Filosofia, IFCS – UFRJ. Bacharel em Administração, EBAP/FGV. Estudos complementares no Brasil e na Alemanha – Deutsche Stiftung für internationale Entwicklung.
Professor Titular – Fundação Getulio Vargas
Senior Researcher – University of Maryland, College Park. Professor Visitante – Université Paris III, Sorbonne Nouvelle
Professor Visitante ESCP-EAP – European School of Management
Professor Visitante – Université de Lilly
Consultor de agências internacionais (Nações Unidas, OEA, UNESCO, OMS, BID), empresas e organizações governamentais, no Brasil e no exterior (Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Equador, Estados Unidos, Guiné-Bissau, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal e Venezuela).
ÁREAS DE INTERESSE
Organizações e Trabalho
Modelagem de Projetos
Ética nas Organizações
Métodos de Pesquisa
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