Na tradição do Ocidente, o entendimento é de que cada dilema moral deve ter um, e somente um, desfecho correto. A questão: “devo perseguir o Bem do conhecimento ou o Bem da compaixão”, por exemplo, admitiria uma única resposta verdadeira. Os conflitos entre bens genuínos desaparecem dogmaticamente, já que para os dissolver basta arbitrar validade maior a um deles.
Essa convicção, o monismo, tem origem em outra, mais antiga: a da perfeição divina. Cizânias entre o certo e o errado e entre o certo e o mais certo seriam dirimíveis pela referência à vontade de Deus ou pela razão humana.
Ambas racionalizações vão contra a evidência da incomensurabilidade de valores. Desconhecem a impossibilidade de alcançar uma Verdade absoluta que resolvesse os dilemas positivos (o mais certo), e os dilemas negativos (o mais errado). Negligenciam que tanto o Desígnio Divino como a Razão Universal são parte do litígio entre a Opinião e a Ciência, não tendo, por isso, legitimidade para o decidir. São crenças que podem ajudar a viver, mas não ajudam a conviver, que é o propósito da filosofia moral.
Pós-Doutor pela Médiation Culturelle, Université de Paris. Doutor em Ciência da Engenharia, COPPE – UFRJ. Mestre em Filosofia, IFCS – UFRJ. Bacharel em Administração, EBAP/FGV. Estudos complementares no Brasil e na Alemanha – Deutsche Stiftung für internationale Entwicklung.
Professor Titular – Fundação Getulio Vargas
Senior Researcher – University of Maryland, College Park. Professor Visitante – Université Paris III, Sorbonne Nouvelle
Professor Visitante ESCP-EAP – European School of Management
Professor Visitante – Université de Lilly
Consultor de agências internacionais (Nações Unidas, OEA, UNESCO, OMS, BID), empresas e organizações governamentais, no Brasil e no exterior (Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Equador, Estados Unidos, Guiné-Bissau, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal e Venezuela).
ÁREAS DE INTERESSE
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Modelagem de Projetos
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