Ética.
A língua inglesa distingue conscience – a consciência moral -, de consciousness – a consciência psíquica. A discriminação categórica entre estar ciente e estar desperto é terminante. Somos moralmente responsáveis pela forma como, estando conscientes, respondemos à nossa consciência.
A consciência moral tem três dimensões. A primeira é a faculdade de balizar o melhor para todos. A segunda é a de saber a razão porque se faz alguma coisa: os motivos e os fins. A terceira é operacional: o entendimento de como devemos agir.
Abrem-se daqui os níveis da ação moral consciente: o agir elementar; o agir em uma coletividade; o agir a respeito da ordem institucional (as organizações, os governos, o Estado).
Essas dimensões e níveis convergem para a responsabilidade pelo que fazemos, deixamos de fazer e permitimos que se faça. À diferença dos animais, podemos inibir nossas intenções e atos. Podemos ajuizar nossas ações em relação aos efeitos sobre os outros e sobre o mundo. Somos emuladores do bem ou cúmplices do mal, ainda que seja por omissão.
O corolário é que na eventualidade de não termos ou não podermos acessar nossa consciência moral, nos isentamos de responsabilidade. Sendo esse o caso, cumpre à comunidade retirar nosso poder de decisão, como se faz com as crianças pequenas e com as pessoas dementes; ou nos afastar do convívio, como se faz com os criminosos e com as pessoas que transgridem os princípios elementares da moralidade. Somos conscientes e responsáveis, ou inconscientes e irresponsabilizáveis.