Ética.

Nelson Goodman, na sua discussão sobre a conformidade, expôs o que denominou de “grues” (de green + blues) paradoxes. A expressão nomeia os indefiníveis. Como quando não sabemos dizer se o mar é verde, azul, verde-azulado ou azul-esverdeado. Descreve as condições em que não é possível distinguir entre o que é hipotético, o que é projetado e o que é evidente.
Goodman sistematizou o que desde sempre a filosofia ressalta: os casos envolvendo seres humanos são constructos que não admitem uma solução única. As justificações dos valores universais são dogmáticas e os raciocínios que se seguem são aporéticos [inconclusivos].
Transpostos para o campo da ética, os grues paradoxes advertem para as muitas vezes em que, na correspondência entre a moralidade e a razão, é impossível determinar qual argumento deve prevalecer. O problema que apresentam é insolúvel porque não se trata de uma situação, mas de uma condição. A de que inexiste a Máxima Suprema, clara e distinta, em relação a qual todas as demais correntes da filosofia moral seriam defectivas.
CHERQUES, Hermano Roberto Thiry, 2022 – Pluralismo – Grues paradoxes. – A Ponte: pensar o trabalho, o trabalho de pensar – https://hermanoprojetos.com/2022/04/11/pluralismo-grues-paradoxes/