O objetivo da ciência é o de suprimir a ignorância pela capitalização de conhecimentos. Essa diretriz elide o fato de que o conhecimento novo é acarretado pela ignorância. A ideia de progresso ilimitado, que acompanhou o surgimento da ciência moderna, permanece seu princípio inspirador. Os sacramentos de capitalização e de progressão fazem com que se mova entre erros e enganos corrigíveis e que bloqueie o acesso ao totalmente ignorado.
O mais danoso desse fechamento é o critério da cientificidade: a evidência. A evidência – aquilo que se vê – pertence ao campo do aparente, e é da natureza do aparente tanto revelar como esconder. Daí que toda correção e toda desilusão na trajetória científica impliquem em circularidade: na “perda de uma evidência apenas porque é a aquisição de outra evidência”, nas palavras de Merleau-Ponty.
A ciência percorre o caminho seguro do “melhor e melhor ainda”, do “verdadeiro e ainda mais verdadeiro”. A implicação é que o evento heurístico, quando, e se ocorre aos cientistas, requer que a alforria dos procedimentos sob os quais operam.
Pós-Doutor pela Médiation Culturelle, Université de Paris. Doutor em Ciência da Engenharia, COPPE – UFRJ. Mestre em Filosofia, IFCS – UFRJ. Bacharel em Administração, EBAP/FGV. Estudos complementares no Brasil e na Alemanha – Deutsche Stiftung für internationale Entwicklung.
Professor Titular – Fundação Getulio Vargas
Senior Researcher – University of Maryland, College Park. Professor Visitante – Université Paris III, Sorbonne Nouvelle
Professor Visitante ESCP-EAP – European School of Management
Professor Visitante – Université de Lilly
Consultor de agências internacionais (Nações Unidas, OEA, UNESCO, OMS, BID), empresas e organizações governamentais, no Brasil e no exterior (Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, Equador, Estados Unidos, Guiné-Bissau, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal e Venezuela).
ÁREAS DE INTERESSE
Organizações e Trabalho
Modelagem de Projetos
Ética nas Organizações
Métodos de Pesquisa
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